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Do Barquinho e das Festas

Do Barquinho e das Festas (@dobarquinhoedasfestas no Instagram) é o nome do espetáculo radiofônico desenvolvido por Maressa Gomes no projeto de pesquisa "A Rádio-Teatro como escopo da identidade cultural popular: um estudo prático imerso no ambiente sonoro" fomentado pelo PIBIC.

Sobre a Pesquisa
 

Para responder a inquietações que atravessam as artes da presença, durante o isolamento social imposto para controle da COVID-19, que assolava o país no período no qual o presente projeto foi criado – março 2021, tornou-se imperativo a reflexão não apenas acerca da cultura enquanto veículo transformador, mas também do que se constitui enquanto política. Nesse sentido, a rádio torna-se um grande aliado dessa inquietação, uma vez que os indivíduos estando em situação de isolamento social, têm a casa como local de maior permanência e a rádio, televisão e meios digitais, passam a ser os meios para acesso a bens culturais e artísticos. Traçando um paralelo com as primeiras décadas do século XX, as peças teatrais eram propagadas pelo rádio, dando origem ao radioteatro e gerando um outro modo do fazer teatral, utilizando os recursos de sonoplastia como ambientação e intenção do texto e da voz dos radioatores. A pesquisa “A Rádio-Teatro como escopo da identidade cultural popular: um estudo prático imerso no ambiente sonoro” parte da urgência de trazer a arte para dentro das casas da população, através do rádio-teatro, buscando suprimir a carência de cultura que a crise sanitária do novo coronavírus evidenciou. Como forma de delinear traços sobre a cena teatral hoje, o objetivo do projeto concentra-se em reunir procedimentos metodológicos de pesquisa, tomando o teatro como foco da proposição e utilizando a rádio dramaturgia como veículo condutor e tradutor das lentes examinadoras, críticas, e sobretudo, sensíveis, acerca das particularidades e tradições culturais e populares que formam a história de diversas cidades interioranas e periféricas do país. Ademais, tendo buscado uma escrita contemporânea e acessível, e uma teatralidade através da contação de histórias, inspiradas nas entrevistas com pesquisadores da cultura popular, nasce “Do barquinho e das festas”. Um feito que amarra os estudos feitos sobre o universo das contações de causos, folclóricos e do observador. Portanto, um espetáculo via radiofônico, possibilitando atingir diversas camadas da sociedade e apurando o sentido auditivo e imaginário do ouvinte.

O espetáculo pode ser ouvido através do Spotify e no Youtube

Ficha Técnica

Idealização, Direção e Dramaturgia: Maressa Gomes e Lucas Nathan Vilela
Direção Musical e Trilha Sonora: Pedro Matsuda
Sonoplastia: Pedro Matsuda e Mariana Talamini
Preparação vocal: Vitória Oliveira
Atores: Diwarian Pego, Isabela Nogueira, Pedro Matsuda, Rachel Marques, Ramoel
Massi e Thais Santos

Sinopse do espetáculo radiofônico:

Houve um tempo em que o planeta era um só. Que terras não separavam ou te impediam de percorrer todo o globo. Mas então, as placas que regem todo esse emaranhado resolveram separar em blocos e o que antes era pangeia se tornou continentes distantes por mares. Os humanos, pobres humanos, não conseguiriam existir em pangeia. A história que se passará a seguinte não se diz respeito a geografia dos humanos, mas sim, traz a frente uma cartografia de afetos repleta do divino, do místico, do encantador, assim como os humanos e sua diversidade. A história em questão se passa em Aguapé, um vilarejo em volta de um rio, Rio São Francisco, ou melhor, Chico. O velho Chico, imagine-o como um ser ancestral, que percorreu todos os séculos e que ainda hoje enfrenta a missão de compreender o agora e as diversas camadas que me compõe. Sabe quando o sino da igreja central bate, em ponto, as horas e você fica escutando para tentar adivinhar que horas são, mas então perde as contas e conclui que não sabe que horas são. Daí você olha para o sol e pergunta: Sol, que horas são? E ele responde que mais ou menos é isso que você achava. Os humanos perdem a noção do tempo, seguindo despercebidos de que a natureza leva seu próprio tempo para existir. Lento, sempre lento, rápido, sempre rápido. O velho estava sentado na beira do rio observando o curso natural das coisas, tal qual o fluxo da vida. O garoto se aproxima com um olhar juvenil buscando se entreter com seu olhar observador, as histórias que chega ao escutar. O menino senta à beira do avô, do pai, na própria beira e ao lado do rio, que te convida a uma viagem por Aguapé, dentro do rio, para conhecer um bocado da vida.

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